quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

# 99

::


"... Das pessoas deveria bastar saber como se chamam, e levarmos o resto da vida para saber quem são, pois ser não é ter sido, ter sido não é será..." {José Saramago}

estaria o Saramago certo dessa vez?


terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

# 97

:: Prelúdio de Olívia



e lá estava Oívia, com sua pose imponente de sempre, olhando através dos óculos bege, que deveriam fazer às vezes de óculos de sol, embora o sol a afetasse do mesmo modo, mas era a moda, paciência.

olhava ao longe com o nariz empinado e aquela bolsa azul de marca francesa no braço esquerdo, avistando um casal de mãos dadas e achando aquilo uma grande patetice.

ela já não acreditava nessas coisas. havia passado por tantas absurdidades na vida que o amor soava aos seus ouvidos como uma grande bobagem sem fim, quase como uma bebida que atacava os tontos que o provavam.

Não se sabe se havia ali uma ponta de inveja ou o quê, mas Olívia continuava inerte, olhando praqueles dois com um desdém que só ela possuía, e lembrando-se que preferia ser só, do jeito que era, com sua sabedoria do mundo, e sua impecável aparência. Olívia acreditava saber tudo no mundo. Olívia não acreditava nas pessoas e suas honestidades e sinceridades falhas.

- "Antes estar só e me sentir um sucesso, que está acompanhada e me sentir uma derrotada." pensou alto, enquanto passava equilibrada naquele salto alto importado, e ostentando toda aquela pose de quem sabe de tudo no mundo.

Olívia agora voltava à sua casa para reencontrar seu único amor, sua basset Janice, a cã.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

# 96

:: do senhor do tempo


e de uma vez só aquela água toda caiu do céu, bem em cima dele e seu terno novo.
e pensou: Pombas! quando não trago meu guarda-chuvas, chove e vice versa.

resultado: passou a sentir o senhor do tempo, tudo por conta do guarda-chuva gigante que quando o acompanhava, trazia o sol e quando ficava em casa, a chuva aparecia.

até que numa tarde qualquer, nesses caminhos de ônibus, o moço desceu e o guarda-chuva continuou o caminho.
agora tornaria outro moço como senhor do tempo.

só restava agora comprar outro, ou quem sabe, uma capa de chuva.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

# 95


::  tempo da mesma chuva



" I cant sleep tonight
Everybody saying everythings alright
Still I can't close my eyes
Im seeing a tunnel at the end of all these lights

Sunny days
Where have you gone?
I get the strangest feeling you belong

Why does it always rain on me?
Is it because I lied when I was seventeen?
Why does it always rain on me?
Even when the sun is shining
I cant avoid the lightning
I cant stand myself

Im being held up by invisible men
Still life on a shelf when
I got my mind on something else

Sunny days
Where have you gone?
I get the strangest feeling you belong

Why does it always rain on me?
Is it because I lied when I was seventeen?
Why does it always rain on me?
Even when the sun is shining
I cant avoid the lightning
Oh, where did the blue skies go?
And why is it raining so?
Its so cold

I cant sleep tonight
Everybody saying everythings alright
Still I cant close my eyes
Im seeing a tunnel at the end of all these lights

Sunny days
Where have you gone?
I get the strangest feeling you belong

Why does it always rain on me?
Why does it always rain.."

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

# 94

:: o rei da cozinha


e na cozinha me faço rei.
sim, eu mesmo me declarei, sem ninguém impor objeção.
e já que título que não é contestado é título dado, sou Rei.

tem quem não gosta de me ver cozinhar, mas lambe os beiços quando fica pronto o prato bonito, e por muitas vezes um tanto.. ãhnnn.. exótico.

sim meus senhores e senhoras, ando com o rei na barriga, literalmente. inventando pratos divertidos, usando de tudo que há naquela cozinha branca, misturando halls com strogonoff (e dando certo), agridoce com queijo, e erva doce e macarrão.

e meus convidados andam satisfeitos e pedindo mais.
:)

então, já sabem: quando a fome bater, ligue pro rei. quem sabe não te faço um banquete?

# 93

:: das quase palavras



tem coisas que não precisam de sons, grafias e nem mesmo letras pra se tornarem palavras, ou quase.

é que tem uns detalhes que falam por nós, umas expressões no rosto, um muxoxo com a boca, um olhar mais afinado e um assovio bem soprado.
isso tudo fala um monte, e sem ser palavra. pode ser deboche, felicidade, desafio e até raiva, mas significam um monte, às vezes, são mais fortes que qualquer juntamento de letras.

quem não tem medo de um olhar daqueles "vc me paga"?
ah, eu tenho, e sou mestre de fazê-los também.

tenho andado em fase de gestos, com mania de minimizar as coisas. então ando bem calado, mas bastante gestual.
então é bom se atentar ao mundo e seus detalhes, porque pouca coisa, pode ser muito, pode dizer muito.

e as quase palavras são uma delícia. quase um jogo de mímica.
então entende quando eu te sorrir. quer dizer muito mais que palavra.